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Curso Engenharia Agronômica nas Faculdades Integradas de Ourinhos do estado de São Paulo, tenho por finalidade através desse blog apresentar meios de informações e pesquisas, com o intuito de facilitar o entendimento dos leitores interessados na área.

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domingo, 4 de julho de 2010

A Energia que vem do Campo.



Sapos se tornam hermafroditas após exposição a herbicida.

Doses muito pequenas de um herbicida muito comum nos Estados Unidos fizeram com que sapos machos em formação desenvolvessem múltiplos órgãos sexuais. Os pesquisadores, da Universidade da Califórnia, relatam inclusive casos de hermafroditismo, ou seja, a presença de mais de um órgão, feminino e masculino simultaneamente. A substância ativa usada no estudo foi o atrazine, encontrada não só na água de chuva, em terrenos alagados como na neve derretida.

Segundo Tyrone Hayes, não há ambiente livre de atrazine. Há até uma norma da Agência de Proteção Ambiental norte-americana que estabelece como parâmetro mínimo permitido a presença de três partes de atrazine por bilhão (3 ppb) na água potável. A equipe de Hayes notou que doses menores que 0,1 ppb já afetaram os anfíbios. À medida que iam aumentando a dose, pelo menos 20% dos sapos expostos no início de sua formação produziram múltiplos órgãos, em alguns casos feminino e masculino ao mesmo tempo.

Os pesquisadores concluíram que a presença de atrazine na organismo dos sapos fizeram com que suas células produzissem uma enzima chamada aromatase, presente também nos vertebrados e responsável pela conversão do hormônio masculino testosterona em estrogênio, hormônio feminino. Os efeitos notados nos sapos ocorreram num nível de exposição 600 vezes menor do que a dose que, normalmente, induz a produção de aromatase nas células humanas.

Hayes não afirmou se o atrazine seria uma ameaça ao homem, quando entrevistado sobre seu trabalho, publicado 3ª feira na revista Proceedings of the Nacional Academy of Science. "Não estou dizendo que o atrazine é seguro para o homem. Não estou dizendo que é perigoso para o homem. Tudo o que estou dizendo é que o atrazine faz com que os sapos fiquem hermafroditas", enfatizou.

Outro pesquisador norte-americano disse, comentando o estudo da equipe de Hayes, que é o mais importante trabalho científico na área de toxicologia ambiental das últimas décadas. Esse mesmo cientista não soube dizer se as pessoas precisavam ficar alertas, quanto às conclusões do estudo, mas citou um hábito de mineiros norte-americanos, para dar uma idéia do que o estudo pode representar. Para entrar nas galerias, de onde extraem o minério, é comum os mineiros levarem canários para alertá-los da presença de gases perigosos. Como são pássaros extremamente sensíveis, morrem antes que a concentração dos gases seja letal para o homem.

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram também que os sapos machos expostos ao atrazine, logo após de atingirem a maturidade, tiveram uma redução de testosterona aos níveis equivalentes aqueles encontrados nas fêmeas. 

(Radiobras)
AmbienteBrasil, 24/04/2002 às 10:45:53

Anvisa: tomate, morango e alface são cultivos que possuem mais agrotóxicos.















Rio - O tomate, o morango e a alface foram os alimentos que apresentaram os maiores números de amostras irregulares referentes aos resíduos de agrotóxicos, durante o ano de 2007. Os dois problemas detectados na análise das amostras foram teores de resíduos acima do permitido e o uso de agrotóxicos não autorizados para estas culturas. Já a batata e a maçã tiveram redução no número de amostras com resíduos de agrotóxicos.
Os dados são do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde. No balanço geral, dos nove produtos avaliados (alface, batata, morango, tomate, maça, banana, mamão, cenoura e laranja), o índice de amostras insatisfatórias ficou em 17,28%.
O caso que mais chamou a atenção foi o do tomate. Das 123 amostras analisadas, 55 apresentaram resultados insatisfatórios, o equivalente a 44,72%. Nesta cultura, os técnicos encontraram a substância monocrotofós, ingrediente ativo que teve o uso proibido em novembro de 2006, em razão de sua alta toxicidade.
Ainda em relação a esta cultura, embora os teores de resíduos encontrados não ultrapassem os limites aceitáveis para a alimentação diária da população, foi detectada a presença do metamidofós no tomate de mesa. Este agrotóxico é autorizado apenas para a cultura de tomate industrial (plantio rasteiro), que permite aplicação por via área, trator ou pivô central, evitando assim a possibilidade de intoxicação do trabalhador rural. O metamidofós também foi encontrado no morango e na alface, culturas para as quais não é permitido o uso deste agrotóxico.
A batata, que em 2002, primeiro ano de monitoramento do Programa, apresentava índice de 22,2% de uso indevido de agrotóxicos, teve o nível reduzido para 1,36%. A maçã, que chegou a apresentar índice de 5,33% neste período, fechou 2007 com incidência de 2,9%.

Fonte: http://www.agrisustentavel.com/toxicos/campeao.html

Consumo de alimentos com agrotóxicos pode causar câncer, alerta pesquisadora.

Brasília - O consumo de alimentos com resíduos de agrotóxicos pode causar prejuízos à saúde humana que vão desde alergia temporária a doenças crônicas. Na lista de alterações provocadas pelos defensivos estão reações neurológicas e sobrecarga do fígado.
“Existem mais de 400 pesticidas permitidos para uso e bactérias diferentes que causam efeitos diversos para a saúde. Podem causar problemas neurológicos, podem levar ao desenvolvimento de câncer e outras patologias”, lista a coordenadora do Laboratório de Toxicologia da Universidade de Brasília (UnB), Eloísa Caldas.
Relatório do Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgado hoje (23) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta contaminação de cerca de 40% do tomate, alface e morango consumidos pelos brasileiros. De acordo com o documento, os riscos à saúde, tanto de trabalhadores das lavouras quanto de consumidores, é decorrente do uso de agrotóxicos não autorizados ou acima dos limites máximos permitidos pela legislação.
De acordo com a professora, em geral, não é possível notar a existência de resíduos irregulares de defensivos agrícolas pela aparência ou sabor dos alimentos. “Só se tiver com o nível extremamente alto, geralmente não é perceptível”, pondera.
A boa notícia para o consumidor é que a adoção de práticas simples pode reduzir os riscos de contaminação. “O que se pode fazer é lavar bastante os alimentos quando chegar em casa em água corrente. Grande parte dos inseticidas que não são sistêmicos são retirados nesse processo de lavagem”, recomenda Eloísa Caldas.
A orientação é validada pelo engenheiro agrônomo Nozomu Makshima, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O consumidor deve seguir a orientação sobre a higienização do produto a ser consumido, principalmente produtos crus: lavar com água limpa, depois deixar de molho em água com vinagre ou cloro e depois lavar novamente em água limpa antes de consumir.”
Segundo Makshima, a recomendação vale inclusive para os produtos orgânicos, “comercializados como produzidos sem uso de agroquímicos, com riscos menores de contaminação”.
De acordo com a professora Eloísa Caldas, em dois anos de análises, o laboratório da UnB não encontrou resíduos de agrotóxicos na maior parte das amostras de produtos orgânicos vendidos no Distrito Federal. No entanto, a pesquisadora também reforça a necessidade de cuidados na limpeza desse tipo de alimento, por falta de certificação de procedência.
“Nem todos os produtos ditos orgânicos são certificados, é possível que o agricultor produza de maneira convencional e venda esse produto como se fosse orgânico, porque isso agrega valor”, diz.

Fonte: Agência Brasil em 23/04/2008 (11:47)

Quase 80% de proprietários rurais usam agrotóxicos.

Em mais da metade das unidades onde a prática foi verificada, os responsáveis não receberam orientação técnica
O uso de agrotóxicos nas propriedades rurais brasileiras é mais comum em unidades dirigidas pelos proprietários. De acordo com dados do Censo Agropecuário 2006, divulgado nesta quarta, dia 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número chega a 78,4%, e o equipamento mais usado é o pulverizador costal (69,1%), que tem maior potencial de exposição. Além disso, em mais da metade das unidades onde a prática foi verificada, os responsáveis não receberam orientação técnica (56,3%) do governo, cooperativas ou da iniciativa privada.
O levantamento do IBGE traça um perfil da atividade no país, desenvolvida em 5,2 milhões de unidades rurais, incluindo entre outros dados sobre produtores, estrutura fundiária, técnicas usadas e pessoal ocupado.
De acordo com o pesquisador da Coordenação de Recursos Naturais do IBGE Eupídio Fontes, receber orientação técnica é fundamental “não apenas para reduzir o uso desses produtos, mas principalmente para diminuir os impactos na saúde e no meio ambiente”.
Segundo ele, esse tipo de orientação pode incentivar os produtores a adotarem técnicas como as da agricultura orgânica.
– Ele pode aos poucos adotar algumas condutas, que também tem um retorno econômico crescente, como a rotação de culturas e o controle biológico, que são capazes de reduzir o nível de ataques de insetos e pragas, sendo menos ofensivos à saúde do produtor e do consumidor.
Fonte lembrou que dados divulgados recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que o Brasil lidera o ranking mundial de uso de agrotóxicos.
– É um mercado que movimenta cerca de US$ 7 bilhões por ano com a comercialização do produto.
O pesquisador destacou ainda que, na maioria das propriedades onde houve aplicação de agrotóxicos, o responsável pela direção dos trabalhos declarou ter ensino fundamental incompleto ou nível de instrução menor (77,6%), o que de acordo com o pesquisador do IBGE potencializa os riscos de intoxicação.
– Para usar os agrotóxicos o produtor tem que ler a bula com as orientações de uso. Se ele tem baixo nível de escolaridade, às vezes nenhuma escolaridade, isso vai dificultar bastante a utilização conforme o fabricante determina, o que aumenta muito o potencial de intoxicação – disse Fontes.

Fonte: AGÊNCIA BRASILem 30-09-2009

Porque estabelecer uma Agricultura Sustentável?

É necessário esclarecer que existem diferenças entre a agricultura tradicional e a agricultura praticada atualmente. Chama-se agricultura tradicional o conjunto de técnicas de cultivo que vem sendo utilizado durante vários séculos pelos camponeses e pelas comunidades indígenas. Estas técnicas priorizam a utilização intensiva dos recursos naturais e da mão-de-obra direta. A agricultura tradicional é praticada em pequenas propriedades e destinada à subsistência da família camponesa ou da comunidade indígena, com a produção de grande variedade de produtos.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial teve início um processo de declínio da agricultura tradicional praticada até então. Na década de 60, começa a ser implantada uma nova agricultura, chamada moderna, que se caracteriza pelo grande uso de insumos externos, utilização de máquinas pesadas, mau manejo do solo, uso de adubação química e biocidas. A agricultura moderna existe há poucos anos e já demonstra o colapso de suas técnicas. Desta forma, não pode ser considerada uma agricultura de fato sustentável, ao contrário da agricultura tradicional, que tem centenas de anos de história e sustentabilidade a longo prazo.
O termo mais adequado para denominar a agricultura praticada atualmente é agricultura moderna, convencional, química ou de consumo. Esta agricultura teve origem a partir de modificações na base técnica da produção agrícola, o que se chamou de modernização, e apresenta conseqüências que demonstram sua insustentabilidade.
O consumo exagerado de insumos externos, ou seja, insumos de fora da propriedade ou de sua região, geralmente são de alto custo e causam a dependência financeira, tecnológica e biológica do produtor. A produção destes insumos não passa pelo produtor e não é influenciada por ele, gerando a dependência financeira e a dominação do fornecedor. Da mesma forma, sua aplicação não é de conhecimento e controle do produtor, de onde vem a dependência tecnológica e, junto com ela, a biológica, no que se refere à manipulação genética e uso de microorganismos.
As sementes tradicionais, que eram selecionadas e utilizadas pelos camponeses ano após ano, estão se perdendo. Hoje, existe apenas uma pequena variedade de plantas em que se consegue obter a mesma produção a cada safra. Em geral, o produtor não consegue mais utilizar a mesma semente, tem que adquirir outras variedades e usar novos insumos. É o que acontece com a semente híbrida, que exemplifica a típica ideologia da agricultura moderna: o consumo permanente.
Na agricultura moderna, tudo que é produzido de dejetos, efluentes ou resíduos é lixo. Estes subprodutos são depositados na natureza, causando grande impacto ambiental. Esta maneira de pensar consumista é uma concepção muito nova, moderna, destruidora, não-rege­nera­ti­va que reflete a falta de harmonia entre homem e ambiente  e a despreocupação com o todo. O mesmo acontece nas cidades. A área onde são construídas as cidades é a mesma em que são colocados os dejetos produzidos por elas. Isto significa o homem poluir a si mesmo.
A utilização de máquinas pesadas também faz parte da ideologia da agricultura moderna. Quanto maiores forem as máquinas, mais tecnologia e status representam. No entanto, estas máquinas têm um alto custo e exigem financiamentos que causam o endividamento do produtor agrícola. Isto não é sustentabilidade. Outro inconveniente do uso de máquinas pesadas é o grande impacto na estrutura do solo e o afastamento do agricultor da terra.
A desestruturação do solo causa a pulverização e compactação da terra. Já o afastamento do agricultor da terra faz com que se perca o contato com a mesma, o diálogo com a natureza e a observação das plantas e animais. Além disto, também possui conseqüências sociais, como a migração do colono para as cidades por causa de financiamentos que acabam comprometendo a propriedade.
O mau manejo e o uso intensivo do solo também provocam desestruturação. Na camada mais superficial, o solo fica desintegrado, pulverizado. Na camada mais profunda, o solo fica compactado pelo uso sistemático de máquinas pesadas. Com o tempo, forma-se uma camada dura e compactada embaixo da terra e uma camada fofa e pulverizada em cima, que, teoricamente, seria o ideal para receber a semente. Estas condições, aliadas à chuva, causam o deslocamento do solo - também chamado de perda de solo anual -, a dificuldade de penetração e fixação das culturas, a dificuldade de trocas químicas, a dificuldade de absorção de água e oxigênio e a intoxicação ou eliminação total da microvida. Este é o custo ambiental da agricultura moderna e do mau manejo do solo.
A adubação química pesada, de alto custo, causa o desequilíbrio fisiológico da planta, o desequilíbrio ecológico do solo e a dependência do agricultor. As plantas possuem um mecanismo de resistência a "pragas" - o termo correto seria "insetos com fome" (Teoria da Trofobiose, de Francis Chaubossou) - que se baseia em seu equilíbrio fisiológico.
As plantas equilibradas não são boas hospedeiras ou bons alimentos para bactérias, fungos, vírus, insetos, nematóides, ácaros. Isto ocorre porque estas plantas apresentam em sua seiva proteínas complexas que não podem ser desdobradas por estes organismos pela falta de enzimas necessárias para a quebra das cadeias de proteínas. Já as plantas desequilibradas por estresse, por aplicação de produtos químicos, por variações de clima, por inadequação da espécie à região, são bons alimentos, pois possuem menor capacidade de metabolização dos aminoácidos livres para transformá-los em proteínas complexas. Desta forma, o inseto dito "praga" tem condições de evoluir, já que os aminoácidos livres são alimento para ele.
O desequilíbrio biológico do solo, causado pela utilização de produtos químicos, afeta microorganismos responsáveis pela disponibilidade de nutrientes importantes para a planta que não consegue absorvê-los através de suas raízes. Desta forma, não existe a colaboração de microorganismos do solo para processamento da matéria orgânnica. Esta microvida está sendo sistematicamente eliminada. Além disso, quando o agricultor trabalha com adubação química constante, cria a necessidade cada vez maior de utilização de nutrientes químicos, ocorrendo sua dependência econômica e cultural.
O uso freqüente e intensivo de biocidas (herbicidas, inseticidas, acaricidas, nematicidas, fungicidas) é uma prática de conseqüências bastante graves. Os adeptos da agricultura moderna não gostam deste termo, mas, na verdade, os biocidas são produtos que matam a vida. Alguns matam ervas, insetos, ácaros, mas se o homem entra em contato com estes produtos também acaba morrendo ou tendo doenças como câncer e degenerações genéticas.
O que fica bem caracterizado dentro do modelo de agricultura moderna é a dependência tecnológica e cultural. A cultura agrícola camponesa, tradicional, vai se perdendo com o tempo, principalmente com o desrespeito ao agricultor e a supervalorização do técnico-cientista, que impõe técnicas importadas, desconhecidas pelo agricultor, assim como acontece com os insumos.
A destruição de alimentos, o consumo exagerado, a insustentabilidade a longo prazo e o balanço energético negativo também são características próprias da agricultura moderna. Dentro das estruturas de transformação de alimentos, a perda e a ineficiência do processo são muito grandes. A destruição de alimentos pode ser observada através das questões de mercado, da estocagem, do transporte e da comercialização.
A agricultura moderna, extremamente consumista, não fecha ciclos, não tem a preocupação de reciclar, de regenerar, de fazer com que o produto retorne para a fonte. Isto é observado nos lixões das cidades. O material orgânico não retorna para a agricultura em forma de adubo e o material mineral - latas, vidros - não retorna para a produção. tudo é consumido ou descartado. O não fechamento de ciclos tem um balanço energético negativo. A sociedade moderna consome mais do que produz.
E isto tem reflexos na insustentabilidade da agricultura moderna. Considerando-se a história da humanidade, este novo modelo de agricultura está em prática há um período muito curto. No entanto, já mostra seu colapso. Deve-se perceber este colapso e encontrar caminhos. Um deles é retomar a agricultura tradicional do camponês, conhecer fundamentos e práticas agrícolas já esquecidas e buscar alternativas sustentáveis para a agricultura.
Como alternativa à agricultura moderna amplamente praticada atualmente, a agricultura ecológica começa a se estender no mundo e no Brasil através de diversas correntes que se diferenciam em alguns pontos, mas possuem princípios comuns. Estas tendências têm origem e precursores diferentes, recebem denominações específicas - Orgânica, Biodinâmica, Natural, Permacultura, Alternativa, Nasseriana -, mas possuem o mesmo objetivo: promover mudanças tecnológicas e filosóficas na agricultura.
Agricultura Orgânica: é a mais antiga e tradicional corrente da agricultura ecológica. Teve origem na Índia e foi trazida por acadêmicos franceses e ingleses, ainda hoje influenciando a sua sistemática de trabalho. A agricultura orgânica é baseada na compostagem de matéria orgânica, com a utilização de microorganismos eficientes para processamento mais rápido do composto; na adubação exclusivamente orgânica, com reciclagem de nutrientes no solo; e na rotação de culturas. Os animais não são utilizados na produção agrícola, a não ser como tração dos implementos e como produtores e recicladores de esterco.
Agricultura Biodinâmica Originária da Alemanha, é baseada no trabalho de Rudolf Steiner. As principais características, além da compostagem, é a utilização de "preparados" homeopáticos ou biodinâmicos, elementos fundamentais na produção que são utilizados para fortalecimento da planta, deixando-a resistente a determinadas bactérias e fungos, e do solo, ativando sua microvida. Os animais são integrados na lavoura para aproveitamento de alimentos, ou seja, aquilo que o animal tira da propriedade volta para a terra. A importação de adubo orgânico não é permitida, pois materiais orgânicos de fora da propriedade ou da região não são adequados por não possuírem a bioquímica, a energia ou a vibração adequada à cultura. Existe a preocupação com o paisagismo, com a arquitetura e com a captação da energia cósmica. A agricultura biodinâmica está baseada na Antroposofia, que prega a importância de conhecer a influência dos astros sobre todas as coisas que acontecem na superfície da terra.
Agricultura Natural: Com origem no Japão, a principal divulgadora desta corrente de trabalho ecológico é a Mokiti Okada Association (MOA). Além da compostagem, utilizam microorganismos eficientes que têm capacidade de processar e desenvolver matéria orgânica útil. Utilizam a adaptação da planta ao solo e do solo à planta. Este é o primeiro passo para a manipulação genética e, conseqüentemente, para a dominação tecnológica, característica semelhante à agricultura moderna, não sendo bem aceita por outras correntes da agricultura ecológica.
Permacultura: Tem origem na Austrália e no Japão e segue o pensamento de Bill Mollison. As principais características são os sistemas de cultivo (sistemas agro-silvo-pastoris) e os extratos múltiplos de culturas. Utilizam a compostagem, ciclos fechados de nutrientes, integração de animais aos sistemas, paisagismo e arquitetura integrados. Na Permacultura não existem tecnologias adequadas ou próprias, mas sim "tecnologias apropriadas". A comunidade tem determinada importância, deve ser auto-sustentável e auto-suficiente, produzindo seus alimentos, implementos e serviços sem a existência de capital. A comercialização deve ser feita através da troca de produtos e serviços.
Agricultura Alternativa: Seus precursores no Brasil foram Ana Primavesi, José Lutzenberger, Sebastião Pinheiro, Pinheiro Machado e Maria José Guazelli. Os princípios desta corrente são a compostagem, adubação orgânica e mineral de baixa solubilidade. Dentro da linha alternativa, o equilíbrio nutricional da planta é fundamental. Aparece, então, o conceito de Trofobiose, que considera a fisiologia da planta em relação à sua resistência a "pragas" e "doenças". Outra característica é o uso de sistemas agrícolas regenerativos, e daí surgiu a agricultura regenerativa, termo defendido por José Lutzenberger. Outras pessoas dentro desta mesma tendência adotaram o termo agroecologia (Miguel Altieri) que possui um cunho político e social. A agroecologia prioriza não só a produção do alimento, mas também o processamento e a comercialização. Esta linha também se preocupa com questões sociais como a luta pela terra, fixação do homem ao campo e reforma agrária.
Nasseriana: É a mais nova corrente da agricultura ecológica e tem como base a experiência de Nasser Youssef Nasr no Estado do Espírito Santo. Também chamada de biotecnologia tropical, defende o estímulo e manejo de ervas nativas e exóticas, a multidiversidade de insetos e plantas, a aplicação direta de estercos e resíduos orgânicos na base das plantas, adubações orgânicas e minerais pesadas. Nasser diz que a agricultura de clima tropical do Brasil não precisa de compostagem, pois o clima  quente e as reações fisiológicas e bioquímicas intensas garantem a transformação no solo da matéria orgânica. No Brasil, defende Nasser, o esterco deve ser colocado diretamente na planta, pois esta sabe o momento apropriado de lançar suas radículas na matéria orgânica que está em decomposição, e os microorganismos do solo buscam no esterco os nutrientes necessários para a planta e os levam para baixo da terra. Outro ponto interessante é o uso de ervas nativas e exóticas junto com a cultura para que haja diversidade de inços. Desta forma, é preciso manejar as ervas nativas de maneira que elas mantenham o solo protegido e façam adubação verde. Não temos uma agricultura de solo, mas de sol.
Todas estas diversas correntes e tendências dentro da agricultura ecológica concordam que a agricultura sustentável precisa de alguns princípios básicos para se implantar como tal. O primordial seria o respeito, a observação e o diálogo com a natureza. Um verdadeiro camponês, agricultor, agrônomo ou técnico agrícola deve ter a capacidade de perceber e de entender o que está acontecendo com a planta e com o animal. Isto resulta no uso da natureza a favor da cultura.
Também é importante o aproveitamento de recursos naturais renováveis, a reciclagem de lixo orgânico e de resíduos, a adubação orgânica e a humidificação do solo, a adubação mineral pouco solúvel, o uso de defensivos naturais, o controle biológico e mecânico de insetos e ervas, a permanente cobertura do solo e a adubação verde.
Outras técnicas comuns são a diversificação dos cultivos e dos animais, a consorciação e a rotação de culturas e a não-utilização de agrotóxicos, adubos químicos solúveis e hormônios vegetais ou animais. Com relação a defensivos naturais, alguns são tolerados pela agricultura ecológica. Nenhuma corrente recomenda produtos para controle de insetos, ácaros ou fungos, mas existe a possibilidade de usar extratos e caldas vegetais - piretro, nicotina, retonona, sabadilha -, pó de enxofre, calda bordalesa e sulfocálcica, sulfato de zinco, permanganato de potássio. Estes produtos são usados com pouco ou menor impacto ambiental. Soluções de óleo mineral, querosene e sabão são produtos que podem ser usados, pois não são intoxicantes ou impactantes do meio ambiente. 
 
*fonte:http://www.agirazul.com.br/wolff.htm - O autor é engenheiro-agrônomo formado pela UFRGS em 1987, é apicultor profissional e Coordenador Técnico da Fundação Gaia.

O que vem a ser Agricultura Sustentável?

"Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas."
Francisco Caporal

Lei nº 6.894, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1980. Dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destinados à agricultura, e dá outras providências.

LEI Nº 6.894, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1980

Dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destinados à agricultura, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica estabelecida a obrigatoriedade da inspeção e da fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destinados à agricultura.

Art. 2º A inspeção e a fiscalização previstas nesta Lei serão realizadas pelo Ministério da Agricultura.
Parágrafo único. O Ministério da Agricultura poderá delegar a fiscalização do comércio aos Estados, ao Distrito Federal e aos Territórios.

Art. 3º Para efeitos desta Lei, considera-se:

a) fertilizante, a substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes vegetais;
b) corretivo, o material apto a corrigir uma ou mais características desfavoráveis do solo;
c) inoculante, o material que contenha microorganismos fixadores de nitrogênio e que atue favoravelmente no desenvolvimento das plantas;
d) estimulante ou biofertilizante, o produto que contenha princípio ativo apto a melhorar, direta ou indiretamente, o desenvolvimento das plantas.

Art. 4º As pessoas físicas ou jurídicas que produzam ou comercializem fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes ficam obrigadas a promover o seu registro no Ministério da Agricultura, conforme dispuser o regulamento.

§ 1º (VETADO).
§ 2º Os produtos a que se refere este artigo deverão ser igualmente registrados no Ministério da Agricultura.

Art. 5º A infração às disposições desta Lei acarretará, nos termos previstos em regulamento, a aplicação das seguintes sanções:

I - advertência;
II - multa igual a 5 (cinco) vezes o valor das diferenças para menos, entre o teor dos macronutrientes primários indicados no registro do produto e os resultados apurados na análise, calculada sobre o lote de fertilizante produzido, comercializado ou estocado;
III - multa de até 100 (cem) vezes o maior valor de referência estabelecido na forma da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975;
IV - embargo do produto;
V - suspensão ou cancelamento do registro;
VI - interdição, temporária ou definitiva, do estabelecimento.

§ 1º A multa poderá ser aplicada isolada ou cumulativamente com outras sanções.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo não prejudicará a apuração das responsabilidades civil e penal.

Art. 6º A inspeção e fiscalização serão retribuídas por taxas, calculadas com base no maior valor de referência resultante da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, de acordo com a tabela anexa.

§ 1º A inspeção será retribuída por preços públicos, sempre que solicitada pelas pessoas físicas ou jurídicas a que se refere esta Lei.
§ 2º Nos termos do regulamento, o Ministro de Estado da Agricultura estabelecerá os valores e a forma de recolhimento dos preços públicos.

Art. 7º O Poder Executivo determinará as providências que forem necessárias ao controle da inspeção e da fiscalização previstas nesta Lei.

Art. 8º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 9º Revogam-se a Lei nº 6.138, de 8 de novembro de 1974, e demais disposições em contrário.

Brasília, em 16 de dezembro de 1980; 159º da Independência e 92º da República.

JOÃO FIGUEIREDO
Ângelo Amaury Stábile

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Área de Preservação Permanente !

VERRUGOSE – (Sphaceloma fawcetti, Sphaceloma australis): (Citros)

Importância: A verrugose é de ocorrência generalizada em quase todas as áreas citrícolas do mundo. É uma doença dos órgãos verdes ou em franco desenvolvimento, que prejudica o crescimento das plantas, implicando na precocidade da frutificação e perda da qualidade dos frutos destinados ao comércio. No Brasil, está distribuída em todas as regiões, constituindo doença de grande importância na fase de sementeira, em virtude de atacar importantes espécies suscetíveis, utilizadas como porta-enxerto como, por exemplo, o limão cravo. É de grande importância em pomares que produzem frutas para o mercado de consumo in natura, pois frutos afetados causam sérios prejuízos pela redução do valor comercial.
Sintomatologia: Os sintomas podem ser observados em toda parte aérea da planta. As lesões são corticais, de formato irregular e protuberante, de cor palha ou cinza no local da infecção. O fungo ataca somente tecidos em desenvolvimento, razão pela qual os sintomas iniciais são observados somente em ramos, folhas e frutos em fase inicial de crescimento. As folhas adquirem aspecto rugoso, tornam-se cloróticas e de porte subterminal, quando não são totalmente deformadas. Essas lesões aparecem somente numa das faces da folha, correspondendo a uma depressão no lado oposto, o que constitui característica importante para diferenciá-la do cancro cítrico. Nos frutos, as lesões podem coalescer e formar uma grande lesão irregular, cobrindo grandes extensões da casca, além de um grande número de manchas menores. Em frutos mais jovens há o surgimento de lesões maiores e mais salientes.
Controle: Utilizar mudas sadias, livres do patógeno; Manter o viveiro livre de restos de culturas, que pode servir como fontes de inoculo; Evitar as irrigações por aspersão nas três semanas após as brotações; Efetuar pulverizações com fungicidas, visando a proteção de tecidos jovens suscetíveis; Utilizar mudas sadias, livres do patógeno.
Fonte: fitopatologia.net

SIGATOKA-AMARELA – Mycosphaerella musicola (Pseudocercospora musae). SINONÍMIA Cercospora musae – (Banana)


Importância: Descrita pela primeira vez em Java, em 1902, os primeiros prejuízos de importância foram relatados nas ilhas Fiji, vale de Sigatoka, em 1913. No Brasil foi constatada inicialmente no Estado do Amazonas, em 1944, disseminando-se, posteriormente, a todos os estados brasileiros. Estima-se que os danos da bananicultura nacional, devidas à doença, estejam na faixa de 50% da produção. Os prejuízos são advindos da morte precoce das folhas e do enfraquecimento da planta, com reflexo imediato na produção. São observados, como conseqüência da doença, diminuição do número de pencas, tamanho de frutos, maturação precoce de frutos no campo e perfilhamento lento. Em alguns microclimas, a incidência da doença é tão alta que impede completamente o enchimento dos frutos, provocando perda total na produção.
Sintomatologia: As infecções com o agente causal do mal-de-Sigatoka ocorrem nas folhas jovens da planta, incluindo geralmente as folhas zero (vela), um, dois, três e, excepcionalmente, a quatro (as folhas são contadas das mais novas para as mais velhas; a folha zero corresponde àquela ainda não aberta). A infecção inicial caracteriza-se por uma leve descoloração em forma de ponto entre as nervuras secundárias da segunda até a quarta folha a partir da vela. Este ponto descolorido amplia-se, formando uma estria de coloração amarela. Com o tempo, estas pequenas estrias crescem, formando manchas necróticas, elípticas, alongadas, dispostas paralelamente às nervuras secundárias da folha. Desenvolve-se, por fim, uma lesão com centro deprimido, de coloração cinza de bordo preto, circundado por um halo amarelo.
Controle: O mal-de-Sigatoka é uma doença de controle difícil. A integração de ações é, portanto, o melhor caminho para que o objetivo seja atingido e a harmonia do ambiente seja preservada.
  Fonte: fitopatologia.net